A Balística Forense possibilita aos peritos determinar se tal suspeito efetuou ou não disparos com arma de fogo. Essa análise é possível porque no momento do disparo, além do projétil são expelidos resíduos sólidos e produtos gasosos provenientes do projétil e da explosão da mistura iniciadora e da pólvora, que atingem mãos, braços, cabelos e roupas do atirador.

Os projéteis podem ser constituídos de ligas de chumbo com estanho/antimônio ou de chumbo revestidos com cobre, zinco e níquel, onde esses elementos podem ser descartados junto com o projétil.
A pólvora mais utilizada é a Pólvora Negra, que é constituída de 74% de Nitrato de Potássio (KNO3); 10,4% de Enxofre (S); e 15,6% de carvão vegetal.
a reação entre o carbono e o enxofre que reagem com o oxigênio do nitrato de potássio, que atua como oxidante, formando outros gases – nitrogênio e dióxido de carbono – completando a reação.
2KNO3 (s) + S (s) + 3C (s) K2S (s) + N2 (g) + 3CO2 (g)
A mistura iniciadora é produzida a base de estifinato de chumbo(maior quantidade) [PbO2H(NO2)3], nitrato de bário (BaNO3), trissulfeto de antimônio (Sb2S3), tetrazeno e alumínio (Al).
O esquema de combustão da pólvora, ao ser acionado o disparo – pressionamento do gatilho – a ponta do percutor deforma a espoleta, dando início a uma explosão da mistura iniciadora – que contém uma certa quantidade de explosivo – que promove a combustão da pólvora. Essa combustão, por sua vez, gera gases (monóxido e dióxido de carbono, vapor d´água, etc) que com a elevação da temperatura interna (até 2500 °C) aumentam o volume e a pressão dentro da arma, fazendo com que o projétil seja expelido violentamente, através da única saída possível, o cano da arma.

Como já mencionado, junto com o projétil, esse fluxo de massa gasosa também é expelido pelo cano da arma, porém, em decorrência dos orifícios presentes na culatra (revolveres) ou no extrator (pistola) e da grande pressão interna, uma parcela dessa massa gasosa é expelida pela região posterior da arma e não somente pelo cano, atingindo também o corpo do atirador.
O exame é feito para a detecção de vestígios de disparo de arma de fogo nas mãos do suspeito consiste na pesquisa de íons ou fragmentos metálicos de chumbo, coletado das mãos do suspeito mediante o atrito de uma fita adesiva (tipo esparadrapo) contra sua mão, e subseqüente fixação da fita em um papel filtro. Nessas tiras de papel filtro é borrifada solução acidificada de Rodizonato de sódio. Se as tiras apresentarem pontos de coloração avermelhada, indicam resultado positivo para o disparo.


Da esquerda para a direita: exame residuográfico positivo e ao lado a reação química que ocorre durante esse exame, caso o resultado for positivo.
Referências: PEREIRA, C. B. C. A Utilização da Química Forense na Investigação Criminal. Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, Assis.